sábado, 30 de abril de 2011

Na tarde não muito clara, anda como num comboio.
Remete seus pensamentos naqueles dias outrora felizes
Risos e músicas e danças e letras e melodias
Saltam-lhe à mente palavras, juras,
Verdades dantes incontestáveis.

O luar ao bater a porta, trás com ele
indecências de imagens, borbulha sua consciência
estremece seu corpo, rasga sua alma...

Devaneios, pobres devaneios,
Nem sabem que hoje são apenas nada
Nem sabem, hoje são gotas na chuva...


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quinta-feira, 28 de abril de 2011

É de lágrima

Queria que existe uma pírula mágica pra resolver todos os meus problemas. Eu sei que não existe mas não custava sonhar. Quando eu era pequena seu sempre fui escandalosa melindrosa, toda vez que eu chorava por qualquer motivo, minha mãe dizia que eu estava fazendo novela. Eu chorava pra pentear o cabelo, chorava pra comer, chorava pra tomar banho, chorava porque ia sair, chorava porque não queria voltar, e por aí vai.


E eu chorava, eu sempre chorava, eu chorava muito, eu tinha que honrar as palavras da minha mãe que tanto me ama. Aí cresci e fiz teatro, pra virar atriz. Porém honrar mesmo é viver nessa eterna novela com vilões e mocinho e pra piorar é novelinha Malhação - não termina nunca e sempre tem uma nova temporada.


Daí que hoje é diferente: choro porque a luz tá ligada, choro porque  o pão integral acabou, choro porque a Kate vai casar, choro com aquele casal da novela, choro porque queria ser rica, choro porque não me protegem, choro porque minha unha quebrou, choro porque alguém que não conhece me disse algo fofo, choro porque tá chovendo, choro porque tenho informações que não deveria, choro na frente do PC, choro ouvindo música, choro porque meu passaporte é virgem, choro lendo poema, daí quando canso de tanto chorar, eu choro de raiva por que tava chorando.


Maturidade, não trabalhamos.




Olá meu nome é Maeve, tenho 24 anos e eu vivo numa novela mexicana




terça-feira, 26 de abril de 2011

Pedreiros surfistas

O encontro


Eu: descabelada, suada, acabada, cansada e com cara de bunda


Eles: fortes, suados, bronzeados e lindos!
Encontrei com meus pedreiros "rock star", como disse minha mãe.
Tive que dar aquele oi e um sorriso de sem graça, porque né?
- errr... oi
- oi, de novo!


Como assim "de novo?" ele ja tinha me visto antes?
Meu cabelo tava arrumado? qual era minha roupa? eu tinha feito as unhas?
                
                                           
Nesse naipe, com os cabelos mais curtos, rs
Antes que eu entrasse em choque anafilático, me aparece o outro: cara de surfista,      
cabelos loiros parte presa e outra solta; devo confessar que quase não olhei direito
porque na minha cara tava escrito bem grande FLERTE. E aí já viu né? 




O troco


Fui andar e nem precisei dar uma passadinha onde eles estavam, eles passaram por mim no caminho,
eu tinha acabado de sair do salão, unhas feitas, cabelos secos e cheirosos, e meu shortinho de caminhar não muito apertado [tou solteira, tá? não desesperada, beijos]
-Olá meninos
-Olá menina


E lá vai eu alegrinha e confiante, beijos!


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domingo, 24 de abril de 2011

Clássico no rádio

Ela decidiu sair a noite naquela segunda feira.


- Quem diabos sai  SOZINHA numa segunda? Disse sua roommate
- Deu vontade, apenas vou.


Cabelo, maquilagem, salto, chaves do carro e saiu.
Ligou o rádio e não podia estar tocando algo mais apropriado




perceba, ela está dirigindo do lado "errado"

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Sua cara

Interessante mesmo é você criar um layout artesanal parecendo sua cara!


Beijo me liga


Ps: meu cartão de visita distribuo na saída.


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sexta-feira, 22 de abril de 2011

Infratora

Tive minha primeira briga no trânsito.
A culpa foi minha, eu confesso, mas só um tiquinho.
Eu dei uma fechadinha tão de levinho na moto, tão tão tão...
Ela tinha todo o outro lado da pista livre pra ela, mas ainda assim
ele quis exigir os direitos dele: buzinou a morrer,
me xingou e pra completar ficou andando devargazinho na minha frente
pra que eu ficasse ali sem conseguir ultrapassar. 


*TENSO*


Eu com toda educação vinda de berço, cantava plácida:
- Se quer tamanho vou despir a alma
E afogar a calma salivando um beijo teu
Siga a seta e diga que sou seu







(15 minutos antes desse fato ocorrer, recebi o seguinte torpedo:
- Dentro dos limites da segurança, por favor, venha rápido).

terça-feira, 19 de abril de 2011

Mudança



Cena 1

Mudar apesar de doloroso é pro nosso proprio bem.
Tou em casa nova, quarto novo, vida nova.
O Antigo apartamento está em reforma.
E eu não estou falando apenas sobre isso. ^^


Cena 2

Já tem dois dias o quebra-quebra. Fomos ontem eu e meu pai
olhar como está o estrago: um horror! A casa tá um lixo,
mas, novamente, é pro nosso bem.

Cena 3

Meu pai falou que eu devia ir na obra enquanto os homens
estão trabalhando
- Mas eu vou fazer o que lá? Vou atrapalhar! a noite passo lá de novo e vejo...
- Eu ainda acho que você deveria ir de dia... rsrs
- Porque?
- Dois pedreiros são gatos!

quer dizer, quando seu pai sabe que você é forever alone, meu bem, aí você chegou no fundo do poço
tsc tsc tsc
Ai ai... pedreiro

sábado, 16 de abril de 2011

Na reunião

Daí que você tá naquela reunião e tá rolando aquela dinâmica que você tem que lembrar o nome de cada uma das pessoas que estão com você na roda. Você que não tem memória, claro, pagou o mico do mundo todo, porque não lembrou nem o nome da sua colega do lado.

Agora veio aquela parte de apresentação e o por quê vocês estão aqui.

*quando se está num dia complexo, isso é quase um "defina-se e quem é você"

Você ouve atenciosamente as pessoas falando, não perde nunca aquela mania de alisar a linguagem corporal com a fala, você observa ouve e esquece que já já é sua vez.
Você que de tanto observar não faz a menor ideia do que falar.
Paga mico pedindo pra repetir a pergunta, e mesmo ele tendo te dito que apenas uma breve apresentação sobre si mesmo você escuta "fale de você, das suas inseguranças, pague mico, quase chore na frente de todo mundo que você não conhece e no final de tanta depressão demonstrada dê aquele sorriso amarelo pra quebrar aquele silêncio frio e fúnebre que você deixou na sala."



Dai o instrutor vai sorrir amarelo e dizer

- ô pessoal, tem pãozinho de queijo aqui, vamos comer?

terça-feira, 12 de abril de 2011

- Pró, porque seus olhos "tão" inchados?

(Eu queria dizer a ele que desde o final do mês passado eu tenho chorado todos os dias, que tudo que se planeja na vida não pode ser levado como um fato, queria dizer que lendo Caeiro ontem eu chorei até quase morrer, que de noite choveu, que senta aqui no meu colo e me empresta esses seus ombrinho miúdos e me aperta forte, que vem cá, não faz assim, não vai pra lá, meu coração vai se entregar a tempestade)

- É assim mesmo, Jefinho, é assim mesmo...

segunda-feira, 11 de abril de 2011

ela dirigiu toda manhã a procura daquele sapatinho rosa.
voltou pra casa e almoçou sozinha naquela tarde de terça feira
quis usar o telefone, mas não podia
entrou no quarto grande e na cama sentou à beira

pensou em como chegara ali, em cada momento de sua partida
sonhou um dia deitar naquela cama tão grande que pareciam-lhe duas
quis usar o telefone, mas não podia
lembrou que tarde já estava e que era sua vez de molhar a grama

molhou a grama, olhou a piscina, entrou no carro novamente.
tinha que trazer o motivo mais importante da sua viagem pra casa
era linda. ela olhava aqueles olhinhos azuis como se fossem gudes: a amava.

deitaram as duas ao final da tarde na grama ainda úmida
falaram bobagens, comeram bobagens, sonharam bobagens.
- have a good night sweet heart. have a good dreams.

domingo, 10 de abril de 2011

Coisas sobre Maria

Ela tinha nome de santa, mas naquele dia, Maria, acordou com vontades de falar coisas não tão santificadas

Queria dizer aquele rapaz que conversou apenas uma vez naquela lanchonete, que ele era o amor de sua vida, apenas eles não haviam descoberto.

Queria dizer ao seu pai algumas verdades entaladas em sua garganta há tanto tempo, mas que não se sentia forte o possível para isso.

Queria dizer a sua mãe o quanto ela a amava alguns dias mais e outros menos.

Queria dizer para aquele rapaz que ela ficou naquela festa, que ela tinha ficado só por ficar e que não tinha gostado nem um pouco e que ele, por favor, parasse de achar que aquilo aconteceria outra vez.

Queria dizer a dona da lanchonete o quanto ela era grossa com seus clientes e que eles só não ao deixava por que ela era a única lanchonete da região.

Queria dizer ao seu ex- namorado o quanto ele foi um desperdício de sentimento 
pra vida dela. Mas que ainda assim faria tudo de novo.

Queria dizer a sua empregada que não gosta daquela salada que ela acha uma delicia quando tempera e mistura com a mão, queria dizer a ela que sente nojo de algumas de suas comidas.


Queria dizer ao seu celular que ele era apenas um aparelho em sua vida, não a sua vida por completo.

Queria dizer a si mesma que este dia no qual ela quis dizer tantas coisas, ela apenas sonhou em dizê-las.

Nunca disse.


sexta-feira, 8 de abril de 2011

Escolhas erradas*

Ela tinha apenas 15 anos quando decidiu morar com aquele namorado.
Contrariando a vontade da mãe que dizia que ele não era o cara certo e ela era ainda muito nova. 
Foi mesmo assim. Talvez porque era pobre e ele tinha um computadorzinho com internet, ou talvez porque gostava mesmo dele e ignorava o fato dele ser traficantes de drogas. Saber ela sabia, apenas não se importava.
Morou com ele, continuou estudando, e hoje aos 20, foi contar a mãe com felicidade transbordante que tinha conseguido bolsa pra fazer uma faculdade! Seria a primeira de sua familia a entrar em uma.
Com mesma alegria foi contar ao seu companheiro que não gostou da noticia. Disse que ela iria ficar mais inteligente que ele, disse que ele não suportaria ela sabendo coisas que não sabe, disse que ela tinha tudo naquela favela, que era a mais rica entre as amigas, que ele compraria tudo pra ela, como já vinha fazendo...
Ela apanhou neste dia, por que uso de eufemismo quando escrevo a palavra "disse". Ele gritava elouquecido.
Decidida a desistir de tudo ela recebe outra noticia que ia mudar sua vida! Outra bolsa de estudos! só que dessa fez de inglês e no exterior!
 Tudo que uma garota quer, não? Tudo que ela precisava era pegar suas coisas, voltar pra casa da mãe e esperar que todas as documentações fosse completadas, aí sim, seria uma moça livre. Mas não foi o que ela fez.
Já não podia ir a casa da mãe, ele proibira, e na sua inocência contou mais uma vez ao seu companheiro suas conquitas. Brigaram.

O que esta pra acontecer agora é o desfecho mais inimaginável que existe.

Ele bateu nela, mais do que das outras vezes, ele bateu nela muito, muito mesmo, ele bateu nela até a matar.
Em seguida esquartejou o corpo dela e cortou-lhe a cabeça. O resto do corpo ele queimou.

Foi preso.

Ela fez escolhas erradas, assim como nós que as fazemos todos os dias, só que a ela custou-lhe a vida.
Temos a chance de fazer escolhas certas. Façamos.

* Essa história é baseada em fatos reais.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Sem escapatória

Ando de acordo com a banda, sabe?
Sou desses tipo que não sei mudar o rosto se o coração está embaralhado
Porque antes de tudo eu sei quando dei um sorriso amarelo!
Eu sei, eu sempre sei! Eu sei quando meu tom de voz tem cara de bunda
Então é assim: se tu tens cara de bunda, eu tenho também, se me abraças,
abraço mais forte que puder de volta...
Sou daquelas que manda torpedinho no meio da festa perguntando a amiga o que estava fazendo lá, mas a amiga não sabe, não vai te dar as respostas que nem você sabe...E você bem ligou pra ela antes de ir.
Recebo tantas ligações durante o dia que já não palpita mais como antes.
Que meu grito surdo chegue aos seus ouvidos mudos. Mas o pior de tudo é que sou do tipo de pessoa que muda facilmente de opinião por diversas razões que não dá pra discorrer...

conforme a banda toca...


Hoje escrevo coisas sem conexão.
Mas isso não preocupa, aquilo que me preocupa é esse sentimento transgressor
me faz fazer coisas sem sentido...