quinta-feira, 28 de julho de 2011

O futuro que me aguarda...

Estava eu lá na fila do caixa do mercadinho aqui na esquina pra compra o pão nosso de cada dia por volta das oito da manhã do dia de hoje, ou seja, madrugada né? Mas é que tinha que passar na farmácia o quanto antes pra compra um xaropinho e ficar viciada nessa bebida, assim como me vicie essa semana toda em cheirar sorine - quem me acompanha no twitter sentiu de perto minha emoção. Pois bem, comprei meu lindo xaropinho e depois fui compra o pão; na fila, à minha frente tinha uma senhora muito velha e encurvada que não tinha nada nas mãos pra comprar...
A pessoa que estava na frente dela já tinha passado tudo, e quando a moça do caixa estendeu a mão pra pegar as compras que só nessa hora ela reparou que não havia, segui-se o seguinte diálogo:


- ô minha filha, como é que faz pra trabalhar aqui, hein?
- a senhora vem aqui com o currículo da pessoa e entrega...
- ah, é só fazer isso? vem aqui e entrega o currículo?
- é, a pessoa vem aqui e fala com a gerencia, tá bom? Mas isso é pra quem? pra senhora?
- ah, é, é pra mim mesma, é que quero trabalhar aqui...
- ah, rs mas a senhora quer trabalhar aqui por que? tem que ficar em casa descansado a senhora já trabalhou demais...
- ah trabalhei mesmo, numsabe? Eu sou professora, mas eu queria era trabalhar aqui... 
- hahaha então tá, a senhora vai lá na gerencia conversar com seu Luciano, tá bom? hahaha


Logo depois a atendida fui eu, que junto com a caixa compactuava com a sua cara de espanto.
No meu caso, no entanto, era espanto e tristeza... Eu não sei se a velha foi falar com o tal Luciano e nem se ela desistiu do tal emprego, o fato é que estou em início de carreira e já vejo o fim dela muito claro pra mim: a loucura.


Será esse meu futuro, meu Deus? Ser professora, trabalhar a vida toda, ficar louca e, às 8 da manhã  de uma quinta feira, pedir emprego aos 80 anos em supermercados da minha vizinhança?








Vou ali acender uma vela.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

terça-feira, 26 de julho de 2011

A moça que leva o Jefinho e os irmãos dele pra casa veio reclamar comigo que ele não pega na mão dela na hora de atravessar a rua e disse que as vezes ele xinga e que quando ele xinga, de noite ele tem sonhos ruim:
 - Xingar? Porque você xinga, Jeferson?
 - Porque eu fico nervoso, 
 - Mas fica nervoso com o que, meu Deus?
 - Porque eu fico nervoso...!
 - E aí, você tem pesadelos de noite...?
 - Eu pego no sono pofundo nem lembro o que eu sonhei, quando eu acordo eu nem lembro...






Quer dizer, a pessoa fica nervosa porque ficou nervosa, depois xinga, tem pesadelos, depois amnésia. 
Tá na cara que não vai ser normal.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Eu adoro os programas da Polishop. Seja sobre escadas com um mundo de posições, sobre meias que não rasgam, sobre lavadoras de janelas e carros, sobre equipamentos de ginásticas, sobre panelas e grill com nomes de chefe's de cozinha, sobre escovas de cabelo tipo chapinha,  sobre máquinas que fazem sucos de abacaxi com maçã, sobre produtos que cortam legumes miudinhos em segundos, sobre vassouras que inclinam e não deixa sua coluna doer, sobre ferros que passam suas roupas no cabide, seja sobre o que for!


Toda vez que passa eu sinto que podia passar horas vendo aquilo, repetidas vezes...








Vou ali me tratar.

domingo, 24 de julho de 2011

Jefinho pegador

A aula acabou e eu fiquei sentada no pátio, porque eu ia ter aula pela tarde. Dai veio Jefinho e perguntou se eu  dava aula também de tarde.
- você conhece Juliana que estuda aqui de tarde?
- Não conheço, não... porque? ela é sua namorada é?
E como seu eu tivesse descoberto a pedra filosofal ele me olha com espanto dizendo que sim e me conta a seguinte história:
 - Eu tava lá perto da casa dela, né? aí eu fiquei só encarando, encarando ela, aí ela pegou na minha mão e me levou pra casa dela e me beijou.
- É mesmo??? e quanto anos ela tem?
- 10
- Hum... 3 a mais que você..
- Mas isso, pó, aconteceu duas vezes. Aí na segunda a mãe dela viu e falou "já vai começar o namoro já..." foi, foi assim mesmo...






Geração perdida.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Ele dá sinais que me confunde
Parece dizer não quando diz que sim
Sempre tem uma resposta pra tudo
Diz com o corpo o que a boca não emitiu
Mas a pergunta é: porque eu ainda me preocupo com tudo isso? 



da missão que é viver num drama.

domingo, 17 de julho de 2011

Eu não tenho memória  não faço ideia de qual dos bofes eu contei sobre o blog. Vá lá que nem foram tantos... Mas agora não posso dividir as histórias divertidas da série "Coisas que aconteceram em encontros fail's".




até o dia, claro, que eu mandar a sensatez pro beijo me liga. 



sexta-feira, 15 de julho de 2011

Sobre nomes, sebos e procrastinações

- Por que eu não consigo ficar mais um minuto se quer aqui em casa com tanta coisa do TCC pra fazer, e eu não posso ficar aqui se eu não tiver o Cem Anos de Solidão do Marquez. Sabe como é né? Como é que se concentra pra escrever sua monografia se você não tem esse livro em casa? Vou lá no sebo! e vai ser agora! Ah, o carro não tá aqui? Vou de ônibus mesmo, preciso terminar esse TCC, preciso.


Daí que sou recebida pelo sorriso do dono do sebo me chamando pelo meu belo nome (humildade mandou lembranças) mas é que ele é simples pra quem me conhece, mas pra quem nunca viu é sempre:
- Maene? Maefe? Maievi ? Malwee ("gostosa como um abraço", beijos) E a minha preferida? Má-o-quê?
- Não, não, é Maéve! com "v" de vovó
Depois faço um post só falando do meu nome


Voltando à história, ele me chamou pelo nome, e isso pra mim é uma emoção muito grande porque ninguém nunca lembra ele...


*PAUSA DRAMÁTICA*     


Uma lágrima sabor tangerina rolou aqui no meu olho esquerdo :'(


*FIM DA PAUSA DRAMÁTICA*


- Oi, esse menino.
Então ele me chama pelo nome, depois me diz que o livro que eu pedi a mais de um mês ainda não chegou. Me indica exatamente o livro que vim comprar, diz que adora o livro e que a edição dele tá velhinha que só e me dá seu cartão pra eu lembrar o nome dele, porque eu, claro, esqueci. 

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A pequena grande mulher

Sorrisos
E quando ela morava aqui nem amiga éramos, estranho não? Na verdade, eu até gostava dela mas não tínhamos muito contato. Daí um dia a internet nos aproximou e a TIM deu aquela ajudadinha. E como na música "os dois se encontravam todo dia e a vontade crescia como tinha de ser". Tá tá, eu não sou o Eduardo e nem ela é a Monica, mas vá lá, tinha semanas que não deixamos de falar um dia sequer. Ai, quantos babados, risos e lágrimas, só Deus, viu? 
Porto da Barra
Gula mandou lembranças
E do nada a pessoa me diz que vai  sair da terra da garoa e voltar ao seio de sua terra amada. 
Comi acarajé dois dias seguidos, praia na segunda-feira, fotografias de quase profissionais, paquerinhas, "casamento", novas amizades como amigos de infância, olha teve de um tudo, rs
Agora a pessoa me agradece, pelo quê? 
Deve ser pelo amor que lhe dedico  
Mas nossa cidade de plano de fundo foi testemunho da nossa alegria.


Porto da barra, amamos ser baiana.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

- Sabe mãe, é tão ruim ficar com cólica o dia todo, o dia todo, sabe? Se bem que agora está até melhorando porque antes eu ficava inutilizada pra vida, passava o dia na cama sem poder fazer nada de tanta dor que sentia, lembra né? Agora dá até preu fazer uma coisinha aqui e ali, mas dói sempre, não para nunca.


-Que nada, Mamá, foi você quem se adequou a dor.






da voz da maturidade.

domingo, 10 de julho de 2011

Dedo podre

A ideia seria sair sempre que der com os amigos, beber o mínimo possível e conversar a máximo. Estar em comunhão com a vida, a natureza, o universo, aberta às possibilidades que a vida nos tem a oferecer e escolher sempre a melhor opção, correto?


Errado.



segunda-feira, 4 de julho de 2011

A leveza e o Peso



Eu tomei um susto quando minha amiga me disse, a dois anos atrás, que eu não era uma pessoa leve.
Até contei pro paquerinha da época, do tanto que fiquei encucada com a minha não-leveza. Ele disse que discordava da minha amiga e ainda me disse que por transbordar leveza, eu era a pessoa que tinha mais trazido paz a ele nos últimos tempos. Eu, claro, optei por acreditar nele.


Dai que minha faculdade voltou da greve e no primeiro dia de aula apenas eu, de sete, apareci pra orientação do TCC. Minha professora é psicóloga a quase 30 anos e o TCC passou longe daquela sala: virou sessão de terapia com direitos a choro compulsivos e tudo mais.
Nos 30 primeiros minutos de conversa:
- "Maeve, você não é uma pessoa leve."




Reflitam.

domingo, 3 de julho de 2011

Quero morrer de esperar

E tem aquela história do rapaz na hora de dizer seus votos no altar diz que não haveria motivos para que ele continuasse vivo, não fosse a linda moça ao seu lado, que o amou como nem ele mesmo foi capaz de fazê-lo, que o incentivou e o fez subir degraus por degraus em sua jornada, que não desistiu dele.
- "Você salvou a minha vida."


As pessoas lutam toda sua existência  pelo grande amor de suas vidam. Os românticos em seus livros, vêem a doçura do que pode ser um relacionamento com quem se ama de verdade, daquele príncipe que matou o dragão pra ficar com a princesa.  com aquele do "até que a morte nos separe".


Ah, cansamos desse texto tão batido! Todo mundo já escreveu sobre isso, já cantou, encenou, leu, cantarolou, assistiu, expôs... 
O amor foi e sempre vai ser o sentimento mais falado de todas as rodas de conversas do planeta. O fato é que ainda assim muitas dúvidas ainda não foram sanadas. Como se encontra a pessoa que não vai tirar o seu chão e sim aquele que vai lhe dar o alicerce? Onde  é que acha aquele que vai solucionar, ao seu lado, o mistério das sardas numa fantasia de caipira? Onde procura gente de verdade, sem máscaras, que derrama no primeiro encontro a cerveja no colo de tanto nervosismo?


Olha, eu não faço ideia do que estar por vir, mas o antes só do que mal acompanhado nunca fez tanto sentido pra mim. Se agora não for como que eu - todos - desejam, prefiro morrer esperando.




Esse texto menciona esse belo texto aqui do Breno 
 dialoga com esse vídeo aqui da Fernanda
e está na mesma pegada que o texto do Miro

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Namore uma garota que lê

Namore uma garota que gasta seu dinheiro em livros, em vez de roupas. Ela também tem problemas com o espaço do armário, mas é só porque tem livros demais. Namore uma garota que tem uma lista de livros que quer ler e que possui seu cartão de biblioteca desde os doze anos.
Encontre uma garota que lê. Você sabe que ela lê porque ela sempre vai ter um livro não lido na bolsa. Ela é aquela que olha amorosamente para as prateleiras da livraria, a única que surta (ainda que em silêncio) quando encontra o livro que quer. Você está vendo uma garota estranha cheirar as páginas de um livro antigo em um sebo? Essa é a leitora. Nunca resiste a cheirar as páginas, especialmente quando ficaram amarelas.
Ela é a garota que lê enquanto espera em um Café na rua. Se você espiar sua xícara, verá que a espuma do leite ainda flutua por sobre a bebida, porque ela está absorta. Perdida em um mundo criado pelo autor. Sente-se. Se quiser ela pode vê-lo de relance, porque a maior parte das garotas que leem não gostam de ser interrompidas. Pergunte se ela está gostando do livro.
Compre para ela outra xícara de café.
Diga o que realmente pensa sobre o Murakami. Descubra se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entenda que, se ela diz que compreendeu o Ulisses de James Joyce, é só para parecer inteligente. Pergunte se ela gostaria ou gostaria de ser a Alice.
É fácil namorar uma garota que lê. Ofereça livros no aniversário dela, no Natal e em comemorações de namoro. Ofereça o dom das palavras na poesia, na música. Ofereça Neruda, Sexton Pound, Cummings. Deixe que ela saiba que você entende que as palavras são amor. Entenda que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade mas, juro por Deus, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco como seu livro favorito. E se ela conseguir não será por sua causa.
É que ela tem que arriscar, de alguma forma.
Minta. Se ela compreender sintaxe, vai perceber a sua necessidade de mentir. Por trás das palavras existem outras coisas: motivação, valor, nuance, diálogo. E isto nunca será o fim do mundo.
Trate de desiludi-la. Porque uma garota que lê sabe que o fracasso leva sempre ao clímax. Essas garotas sabem que todas as coisas chegam ao fim. E que sempre se pode escrever uma continuação. E que você pode começar outra vez e de novo, e continuar a ser o herói. E que na vida é preciso haver um vilão ou dois.
Por que ter medo de tudo o que você não é? As garotas que leem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Exceto as da série Crepúsculo.
Se você encontrar uma garota que leia, é melhor mantê-la por perto. Quando encontrá-la acordada às duas da manhã, chorando e apertando um livro contra o peito, prepare uma xícara de chá e abrace-a. Você pode perdê-la por um par de horas, mas ela sempre vai voltar para você. E falará como se as personagens do livro fossem reais – até porque, durante algum tempo, são mesmo.
Você tem de se declarar a ela em um balão de ar quente. Ou durante um show de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Ou pelo Skype.
Você vai sorrir tanto que acabará por se perguntar por que é que o seu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Vocês escreverão a história das suas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos mais estranhos ainda. Ela vai apresentar os seus filhos ao Gato do Chapéu [Cat in the Hat] e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos de suas velhices, e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto você sacode a neve das botas.
Namore uma garota que lê porque você merece. Merece uma garota que pode te dar a vida mais colorida que você puder imaginar. Se você só puder oferecer-lhe monotonia, horas requentadas e propostas meia-boca, então estará melhor sozinho. Mas se quiser o mundo, e outros mundos além, namore uma garota que lê.
Ou, melhor ainda, namore uma garota que escreve.
(De Rosemary Urquico
Tradução e Adaptação de Gabriela Ventura
Texto original: Dates a Girl Who Reads)




*Normalmente são apenas textos meus, mais esse fez chorar e roubei daqui.
E me fez lembrar também da minha amiga Sâmela.