terça-feira, 27 de novembro de 2012

Tão perto, tão longe

Uma vez, a muito tempo atrás, mais ou menos na mesma época em que eu acreditava que existia um pessoa separada para cada pessoa no mundo, eu me apaixonei pelo meu vizinho do prédio ao lado. Eu gostava e morria de ciúmes dele. Então, avisei para todas as minhas amigas que gostava dele. Não porque queria dividir o sentimento, mas porque não queria que elas continuassem a brincar, vez por outra, com os cabelos lisos que ele tinha. Achava que se eu gostava dele, apenas eu teria o direito de tocá-lo. Gostar do seu vizinho do prédio ao lado, não era nada fácil. Principalmente quando ele era seu melhor amigo. Para os não íntimos, eu negava descaradamente o quanto podia e o máximo que podia.

Pelo menos três amigas ficaram com ele em momentos diferentes da nossa adolescência, bem depois, é claro, que já não gostava mais dele. Nunca, no entanto, nem sequer uma única vez, nos beijamos. Lembrei desse episódio por saber exatamente como é gostar de alguém que se tem tão perto e nunca viver essa história.


Nada comparado com esse novo sentimento que tenho aprendido a conviver de sentir alguém tão perto, quando na verdade se está tão longe.

2 comentários:

  1. Não sei o que é pior: sentir alguém tão perto que na verdade está tão longe, ou sentir tão longe alguém que está tão perto...

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