O sono dele é pesado. No início, eu me enganei, achei que fosse leve, mas é pesado. Mas me enganei com razão, eu me mexia e ele no reflexo, mexia também, eu levantava da cama e ele mudava de lado. Hoje bem sei é pesado. Profundo... falador.
Numa noite dessas ele me perguntou o que eu ia fazer na sexta feira. Assim, desse jeito o que você vai fazer na sexta. Eu, por reflexo, disse que não tinha planos. Mas me enganei, pesado, lembra. E ri. Outra noite ele me perguntou o que eu estava fazendo, dessa vez, mais esperta, não disse nada. O que cê tá fazendo.
Eu já contei isso numa roda de amigos em que havia álcool envolvido. Me disseram que era para esperar o sono profundo dele chegar e perguntar alguma coisa que eu realmente quisesse saber e esperar o inconsciente dele falar.
Não vou dizer pra você que nunca tentei.