segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Numa universidade americana qualquer

A parte mais chata de ir à Nova York é se perder em Nova York. E isso por que eu coloquei todo o caminho no GPS do celular. Eu sabia qual trem devia pegar, quais os dois metrôs seguintes e quantas milhas eu teria de andar depois de tudo isso. Sairia tudo perfeito, se eu não tivesse colocado o endereço errado.
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Três horas depois, 2 metrôs, outro trem e um táxi de 25 dólares, cheguei ao meu local de destino. O campus era tão grande que me deram um mapa pra eu não me perder. Me perdi mesmo assim. Sentei na porta de um dos prédio que eu achei que seria o que eu procurava, e dei uma choradinha, mas sem me humilhar muito. Olhei o mapa pela quadragésima vez e continuei andando. 

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A aula já tinha começado e fiz muito barulho quando cheguei. Sempre tento fazer o mínimo de barulho possível, nunca quero atrapalhar. Mas minha mala estava muito pesada e caiu dos meus ombros, todo mundo olhou.
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Fui atrás de um grupo de pessoas que estava indo pro dormitório, assim eu não me perdia de novo. Se perder cansa e demora, além disso a professora passou dever de casa: ler dois quintos de um livro, responder uns questionamentos e escrever um mini ensaio; dormir pra quê, né. A chave do meu dormitório é um cartão. Detesto chave-cartão, sempre acho que não vai funcionar. Entrei no quarto que já estava aberto e esperei as colegas de quarto chegarem.
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Ninguém nunca apareceu no quarto. Até hoje eu espero. O quarto estava muito frio e eu improvisei meias que não levei com fronhas das colegas de quarto que não vieram. Coloquei uma fronha enrolada em cada pé e me senti muito inteligente. 
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No dia seguinte, quando fechei a porta e fiquei trancada do lado de fora porque minha chave-cartão não funcionou, descobri que me perdi dentro do dormitório e dormi no quarto errado a noite toda.
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Conheci uma menina da Bósnia e outra da Finlândia. Elas falaram de como o inverno lá pra aqueles lados chega a fazer - 30°C. Eu disse que na minha cidade, quando tá muito, muito frio e as pessoas tão de casaquinho nas ruas a temperatura é de 16°C. Uma delas me propôs mudarmos uma pra casa da outra durante esse período. Eu ri, mas pensei comigo "tá maluca?".
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Na aula, terminamos de ler o livro. Eu chorei no final. Livro triste. Ou é a vida, sei lá. 
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Na volta pra casa eu não me perdi nem um pouquinho, mas também colei em todo grupo que voltava pro mesmo lado que o meu. E mais uma vez ficou confirmada a teoria de que a volta é sempre mais rápida que a ida.
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Eu queria ter comprado um daqueles moletons com o nome da universidade escrito, seria legal. Mas não comprei porque não achei pra vender.

3 comentários:

  1. Amo passar aqui e sair cheia de emoção... Isinha

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  2. Gente... vou lendo e meu coração vai acelerando...de repente solto crises de risos. kkkk. Se vc me visse lendo seus textos vc ia se orgulhar... kkkk (acho q vc deve investir nisso, em escrever, lançar livros... etc. ) Te amo

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  3. Opa, Vc ta estudando o q? E é em Harward mesmo? (meu conhecimento geográfico americano é pior q o meu conhecimento geográfico no brasil q não é lá essas coisas)

    Que tudo isto esteja bem e manda mais novidades!!!

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