segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Amazing Grace

Fui ao teatro. Foi uma matinée em um sábado chuvoso. A peça tinha como personagem principal uma garotinha com muita imaginação chamada Grace que adora ouvir um monte de histórias. Acompanhada por sua avó, Grace ouve atenta todas às histórias por ela contadas. Sua mãe, no entanto, se preocupa muito com o fato de ela não estar preocupada com o dever de casa, por exemplo, ou com foco no seu futuro. (Uma garotinha de oito anos se preocupando com isso? Nhá... acho que não!).

Grace é a líder de uma turminha que a segue nas mais loucas brincadeiras de imaginação. Eles imaginam que cavalgam em elefantes, aprendem um pouco sobre um país que fica no leste da África, brincam de ser quem não são ainda, enfim, se divertem como crianças que são.
Uma das brincadeiras vividas por Grace e seus amigos, foi colocar num chapéu o nome de vários personagens de livros e fazer um sorteio, a personagem que ganhasse seria feito uma mini apresentação juntamente com todos os participantes da brincadeira. A personagem sorteado foi a Cinderela. Grace ficou a cargo de dirigir a peça. Em um processo de total metalinguagem e Grace com toda sua subversão, escolhe um garoto para ser cinderela, uma menina para ser o príncipe encantado, as irmãs malvadas se tornam um menino e uma menina e o sapatinho de cristal é na verdade um tênis bem mal cheiroso. A peça dentro da peça é extremamente divertida e leve, fez o teatro não tão cheio bater muitas palmas ao "felizes para sempre" da Cinderela-menino e do Príncipe encantado-menina.


O desafio de fato começa quando Grace quer representar o Peter Pan na festa da escola. Dizem a ela que ela não pode fazer o papel porque ela é uma menina. Outro diz que ela não pode porque ela é negra. Grace não entende o porquê de tantos impedimentos. Fora ensinada que poderia ser quem quisesse, aprendera que onde se pode sonhar, pode-se também realizar, aprendera que ninguém além dela mesmo poderia afastá-la do seu objetivo. Com a ajuda da avó e da mãe, que mesmo trabalhando muito, repete todos os ensinamentos dados, Grace se inscreve para a audição da peça da escola. Ela é a melhor nas audições, ganha o papel e o interpreta com maestria. Grace pode fazer tudo, como ela já havia sonhado. Como ela já havia previsto.

Numa manhã chuvosa de sábado, uma peça infanto juvenil, me ensinou algo.


E eu aprendi.


domingo, 17 de fevereiro de 2013

Sobre do pouco que se precisa para ser feliz

Comprei um tablet pra meu pai e entreguei a ele quando estive no Brasil. Bom, ele ainda não sabe mexer direito, mas se tem uma coisa que ele já aprendeu foi como me mandar email's. Ele já aprendeu muita coisa no computador, faz tudo sozinho, mas no tablet ainda tá mordendo. Todos os email's de meu pai tem o mesmo assunto: "ourinho", como ele me chama. (Sou a pedrinha preciosa do papai, beijos!). Todo mundo deveria ver as nossas trocas de email's. Faz qualquer filha que mora longe morrer de rir e de felicidade. Fez meu dia.

***

O garoto me disse que tinha 10 minutos disponíveis pra uma ligação rápida no skype. A primeira coisa que fiz quando atendi o telefone foi rir. Todas as conversas com o garoto são extremamente divertidas e me deixa com sorriso no rosto, vontade de cantar, dançar, dar quarto mortais e duas piruetas, até o final do dia. A conversa, claro, nunca dura o tempo estimado. Lembrar de como ouvir a voz dele é bom fez meu dia. 



***


Fui tentar cozinhar pela primeira vez desde que cheguei aqui a 9 meses atrás. Veja bem, eu sei que é muito tempo, mas é que eu descobri que a cozinha me odeia. Toda a minha coordenação motora para trabalho manuais, saem da minha alma quando entro naquele ambiente cheio de pequenas coisinhas que sempre caem e esfarelam da minha mão. A receita foi dada por telefone, passei 92832827 horas tentando entender o que era carne moída, tsc. 



Fiz um bolo de carne tipicamente americano. Não fosse a forma fálica que só reparei depois que tirei do forno, estava até gostosinho. Me rendeu boas risadas pelo twitter e fez meu dia.




***


Das coisas que faço nesse país além de trabalhar, ir pra escola e sair com azamigas é comprar vestidos. Puro amor define minha relação com vestidos lindos e fofos. Acho que tudo começou quando meu pai me disse a primeira vez que eu ficava parecendo uma menininha. Gostei de ouvir essa palavra, achei fofo. Comprei [outro] vestido semana passada e fomos para a noite de Jersey. Uma delícia encontrar pessoas que você gosta e não vê a tanto tempo, né? Do tão divertido que foi, marcamos de hanging out de novo no dia seguinte. Saldo final: boas risadas e vestido novo. Fez meu dia.


                                               

Talvez seja isso mesmo que vale a pena na vida: aproveitar os bons momentos que vivemos e fazer post's bobos pro blog. 

=)



quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Valentine's Day

Hoje é Valentine's Day. A tradição americana sugere que devemos presentear a todos que nos são de alguma forma importante. Não há uma relação necessária com algum relacionamento amoroso. Pode ser um amigo, sua tia, a vizinha e, claro, aquele garoto (a) que você gosta mas que nunca teve coragem de falar. Queria que na minha época de colégio o Valentine's Day fosse popular, iria ser bem interessante se pudéssemos saber todos os garotos e garotas que gostaram da gente naquela fase tão cheia de incertezas que é a escola. Ou talvez só piorasse algumas situações. Não, melhor não, deixa pra lá.
Durante toda a semana, aqui em casa está um burburinho enorme por conta dessa festa (que nem sequer é feriado) foram comprados 60 saquinhos com coraçãozinhos estampados,  60 mini chocolates, 60 cartões, algumas flores, 60 lápis e foram feitos 60 doces caseiros. Tudo foi devidamente embalado em pequenos kit's com fitinhas vermelhas e está pronto para ser entregue aos seus devidos destinatários.

Aqui, quando se é criança e para que não aja brigas, costuma-se dar presentes e cartões para a sala toda. Para.a.sala.toda. Hoje a tarde, as crianças vão chegar com um milhão de presentinhos e docinhos, cada. Tsc.

***

O professor comentou algo sobre Valentine's Day na última aula e eu deixei escapar baixinho que provavelmente não ganharia nenhum cartão sequer. O coleguinha sentado à minha frente retrucou: "oh! Really? Are you sure? Why????". Eu sorri amarelo e voltei a atenção à aula. Talvez tenha matado as esperanças de ter um admirador secreto, talvez a cara dele de felicidade ao descobri que frequentava o mesmo club que eu, quando viu meu cartão de sócia, tenha sido apenas coincidência ou talvez ele só se compadeceu pela minha cara de profunda tristeza. Nunca saberei. Vamos ver se até o final do dia sou a Valentine de alguém e ganho um mísero cartão. Se até o final do dia não morrer de depressão por ver até a farmácia repleta de tantos coraçõezinhos, acontecer nada, você, caro leitor, poderia me enviar um cartão também né? Por falar nisso, quer ser meu Valentine? :P




Happy Valentine's Day!!


domingo, 3 de fevereiro de 2013

Que as músicas que você escuta na rádio te lembrariam ele, disso você já sabia.




Mas tinham de ser absolutamente todas?? 


Diário do coração com buraquinho, mês 1.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

- Moço, me vê um mistão com bem queijo e um suco de laranja de 500 ml?
- Hã???
- Nada não, me dá um hambúrguer mesmo, vai...




Da série saudade da comida de casa.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Dirigindo às 8 da manhã com a menininha de 7 anos sentada no banco de trás:

- Porque você tá colocando luvas?
- Por que o volante tá congelado.
- O que tá congelado é esse banco do carro...
- Hum...
- ... queria mesmo era que tivesse uma luva agora pra minha bunda.