sábado, 31 de agosto de 2013

Gone Girl

"See, when Amy likes you, when she's interested in you, her attention is so warm and reassuring and entirely enveloping. Like a warm bath. (...) You feel good about yourself. Completely good, for maybe the first time. And then she sees your flaws, she realizes you're just another regular person she has to deal with (...) So her interest fades, and you stop feeling good, you can feel that old coldness again, like you're naked on the bathroom floor, and all you want is get back in the bath."
Gone Girl de Gillian Flynn 
Pág. 289

Eu fechei o livro nessa página. Primeiro por que achei a analogia desse coração partido a coisa mais linda do mundo. Segundo por que parei pra pensar em todas as vezes que me senti nua no chão do banheiro e quis desesperadoramente voltar pro meu banho quente.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Coxinhas

Eu só preciso de uma desculpa pra ir comer no restaurante brasileiro. Então quando azamigas estão procurando o que fazer no final de semana, eu sempre tento apresentar comida brasileira (para os que não conhecem) ou fazer voltar ao restaurante (para os que já foram apresentados). Com aquela velha desculpa: "a gente come primeiro depois a gente resolve o que vai fazer". Sempre funciona. Eu já me peguei pensando algumas vezes que deveriam me pagar uma comissão ou que minha comida deveria ser de graça, por que eu já levei gente de quase o mundo inteiro pra comer lá. Até que um dia a dona estava por lá e, enquanto conversávamos, fiz uma ressalva elogiando o estabelecimento. Nesse dia, recebemos cortesia de pastel de queijo, pastel de carne, risole de camarão e coxinhas fritas na hora. Naquele dia senti que a dívida que eles tinham comigo estava paga.

                                

Pagamento de dívidas em coxinhas pode trazer a paz mundial. Anote aí. 

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Dates in USA

  • Teve aquele cara que NUNCA falava nada e era sempre eu quem tinha que puxar uma conversa. Quando o assunto acabava ele sempre perguntava "mmmm... what else?". Uma das perguntas que ele me fez numa tentativa de puxar uma conversa foi: "você gosta de chuva?"
  • Daí teve aquele outro que me deixei levar pela idade perfeita e pelos belos olhos azuis. Mas era cilada, bino!, chave de cadeira, maluco da silva, babando na gola, do tipo que tomava remédio controlado, ou era drogas mesmo, sei lá, não fiquei muito tempo pra descobrir.
  • Daí teve aquele que me chamou pra um segundo date no dia do aniversário dele. 
               - Mas e seus amigos?
               - Ah, eu não tenho ninguém importante, só você me basta.
          Era o segundo date.
          Nesse dia ele disse que achava que me amava. Era.o.segundo.date. 
          Era o segundo date e também foi o último.

  • Daí teve aquele mais cavalheiro de todos, mais legal de todos, mais divertido de todos. Que me cortejou o semestre do curso inteiro, que pediu meu telefone na hora certa, que me convidou pra sair do jeito mais legal, que pagou a conta sem nem me dar a chance de reclamar, que abriu a porta do carro, que me disse pra que eu dirigisse com segurança, que mandou torpedo quando já estava em casa pra checar se eu havia chegado bem e dizer o quanto maravilhoso tinha sido aquele jantar e que depois de tudo isso... nunca mais ligou. Nunca mais.


Meu dedinho podre pra garotos funciona bem em qualquer lugar do mundo, he.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Não. Não, minha gente, eu não estudei em Havard. Ela é chiq, linda e uma das mais cara do mundo, beijos. 

Não. Não, minha gente, eu não vou mais pro cruzeiro lindo, cheiroso e maravilhoso pras Barramas. Por motivo de: minha mãe está vindo me visitar!

Não. Não, minha gente, eu não vou morar aqui pra sempre. Final de outubro eu volto.

Não. Não, minha gente, eu não vou comprar um iPhone branco desbloqueado ou qualquer outra encomenda pra você vender pelo dobro do preço no mercado negro da sua cidade.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Numa universidade americana qualquer

A parte mais chata de ir à Nova York é se perder em Nova York. E isso por que eu coloquei todo o caminho no GPS do celular. Eu sabia qual trem devia pegar, quais os dois metrôs seguintes e quantas milhas eu teria de andar depois de tudo isso. Sairia tudo perfeito, se eu não tivesse colocado o endereço errado.
                                                                        *
Três horas depois, 2 metrôs, outro trem e um táxi de 25 dólares, cheguei ao meu local de destino. O campus era tão grande que me deram um mapa pra eu não me perder. Me perdi mesmo assim. Sentei na porta de um dos prédio que eu achei que seria o que eu procurava, e dei uma choradinha, mas sem me humilhar muito. Olhei o mapa pela quadragésima vez e continuei andando. 

                                                                        *
A aula já tinha começado e fiz muito barulho quando cheguei. Sempre tento fazer o mínimo de barulho possível, nunca quero atrapalhar. Mas minha mala estava muito pesada e caiu dos meus ombros, todo mundo olhou.
                                                                         *
Fui atrás de um grupo de pessoas que estava indo pro dormitório, assim eu não me perdia de novo. Se perder cansa e demora, além disso a professora passou dever de casa: ler dois quintos de um livro, responder uns questionamentos e escrever um mini ensaio; dormir pra quê, né. A chave do meu dormitório é um cartão. Detesto chave-cartão, sempre acho que não vai funcionar. Entrei no quarto que já estava aberto e esperei as colegas de quarto chegarem.
                                                                         *
Ninguém nunca apareceu no quarto. Até hoje eu espero. O quarto estava muito frio e eu improvisei meias que não levei com fronhas das colegas de quarto que não vieram. Coloquei uma fronha enrolada em cada pé e me senti muito inteligente. 
                                                                           *
No dia seguinte, quando fechei a porta e fiquei trancada do lado de fora porque minha chave-cartão não funcionou, descobri que me perdi dentro do dormitório e dormi no quarto errado a noite toda.
                                                                           *
Conheci uma menina da Bósnia e outra da Finlândia. Elas falaram de como o inverno lá pra aqueles lados chega a fazer - 30°C. Eu disse que na minha cidade, quando tá muito, muito frio e as pessoas tão de casaquinho nas ruas a temperatura é de 16°C. Uma delas me propôs mudarmos uma pra casa da outra durante esse período. Eu ri, mas pensei comigo "tá maluca?".
                                                                          *
Na aula, terminamos de ler o livro. Eu chorei no final. Livro triste. Ou é a vida, sei lá. 
                                                                          *
Na volta pra casa eu não me perdi nem um pouquinho, mas também colei em todo grupo que voltava pro mesmo lado que o meu. E mais uma vez ficou confirmada a teoria de que a volta é sempre mais rápida que a ida.
                                                                         *
Eu queria ter comprado um daqueles moletons com o nome da universidade escrito, seria legal. Mas não comprei porque não achei pra vender.