quinta-feira, 11 de abril de 2013

para quem parece ser de Peixes


"No dia do seu aniversário, você iria querer estar com sua família e amigos, eu iria querer uma comemoração só nossa. Então, dia antes, dia depois, nós iríamos festejar entre nós.

Tentaríamos marcar alguma coisa, não chegaríamos a um consenso, eu diria “te pego às 20h” e seria pura força de expressão. Para festejar seu aniversário, nosso encontro começaria no almoço [subway, cof], e passaríamos a tarde inteira juntas. Comeríamos alguma sobremesa gelada e doce, discutindo a roupa que usaríamos à noite [vestidos, lógico, “porque vestido é vestido, né?”, você me diria].

A tarde seria pouco ensolarada e preguiçosa, e ficaríamos entre a tv, o celular e o computador, vendo e fazendo bobagens, tendo alguma conversa profunda sobre o cerne da existência e flertando com alguens, talvez ponderando se deveríamos ou não armar os duques para ‘sair de quatro’. No fim, com o meu “date é em dia de feira, final de semana é para renovar o menu”, nós riríamos e deixaríamos no ar os meninos e suas mensagens.

Depois de tempos com as pernas para cima, algumas crises de riso e blablá, começaríamos a nos arrumar tarde, não sem minha ladainha “vamos logo maeve”, “eu não quero chegar tarde maeve”, “vamos nos atrasar maeve!!!”. Você diria que ia tomar banho e eu trolaria “séeeriooo? Parabéeens!”, só para te irritar, porque você fica linda assim. Eu iria olhar você lavar as mãos e ver a água suja descendo, você rindo da minha expressão “você é maluca”. Falaríamos sem parar a tarde toda.

Depois do banho, perfumes, óleos, hidratantes e mais conversa sobre depilação e ob’s, você faria uma dancinha sexy de calcinha e sutiã para mim [que só você sabe fazer] e eu gargalharia até algum vizinho reclamar do barulho. Com alguma sorte, eu conseguiria lhe convencer a tentar uma trança, ou um penteado novo, só que não [né? Hahaha]. Então chegaria aquele momento tão feliz da make, em que eu te perguntaria “o que vai ser?”, ao que você responderia “o que você quiser, sou toda sua”, e eu daria pulinhos. Então, desnecessariamente, adornaria seu rosto [e passaria o resto da noite lhe encarando para ver como ficou tudo tão mais lindo em você e falando como é adorável o formato dos seus olhos]. Tiraria umas fotos suas, babaríamos na make um pouco, e depois eu iria fazer a minha, reclamando de como nada que eu fizesse em mim ia ficar mais bonito que em você, e você elogiaria, com milhões de palavras incentivadoras, porque você é assim que você é. E eu acreditaria.

Depois da roupa posta, valsaríamos em todas as posições frente ao espelho, juntas, separadas, verificando decotes, saias curtas, dizendo “noooossa” e “tá gostoooosaaa” e “me diga issooo”, e eu falaria das suas pernas, e você apalparia meu decote perguntando “é almoço?”. Depois de prols e contras sobre salto alto?, sandália aberta?, sapato fechado?, lindas, cheirosas e esvoaçante, iríamos festejar.

Chegaríamos causando daquele jeito, sentando e já recebendo do garçom uma cerveja que não pedimos, para ouvi-lo dizer que fulano daquela mesa havia mandado. Já na festa, no auge de alguma felicidade, eu lhe diria o quanto era maravilhoso estar com você; em outro, você me diria o mesmo.

Conheceríamos o fulano e seus amigos, trocaríamos impressões por sms disfarçadamente. Mandaríamos embora se fossem malas, dançaríamos com eles se fosse príncipes. Passaríamos a noite inteira falando feito matracas, as vezes daquele jeito mal-educada [e incrível!] de conseguir estar a sós mesmo com alguém do lado. Exclamaríamos obviedades sobre os transeuntes, sobre o tempo, sobre o que iríamos fazer no outro dia. Eu te convidaria para dormir na minha casa e você diria “pensei que não fosse convidar”. Se acontecesse de conhecermos alguém incrível, beijaríamos flertaríamos. Voltaríamos para casa com algum número de telefone novo. Dançaríamos, beberíamos, riríamos. Seria tudo deliciosamente feliz.

Ou não faríamos nada disso, ficaríamos em casa, ou outro lugar, e mesmo assim seria tudo lindo, e tudo bem. Porque paraíso é o lugar onde nos sentimos como quando estamos juntas. E com você é tudo, qualquer coisa, ou nada.

Para você, que transformou tanto deserto em oásis."




Por Mayana Leitão, escrito à mim como um dos meus presentes de aniversário.

3 comentários:

  1. Como assim "é almoço?" huahua

    Deve ter de dado saudade ler isso... :P

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    1. Pois é Cris, é assim que ela faz comigo,
      já vai lançando mão haha

      :}

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    2. E eu nem usei todos os nossos jargões...

      Sempre um sinal de que há muito mais :}

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